É um cantar que nasceu pelos corredores da fronteira, e há muito tempo é assim, andejar e andejar, distâncias que são encurtadas pelas patas de fletes, e relatadas aqui pelo linguajar próprio, de campo.

Aqui vamos relatar o que vivenciamos, sentimos e até os sonhos que nos rodeiam, a cada passo do flete destino de quando em quando firmamos os arreios do pensamento e paramos n'alguma porteira divisora de razões, daí que brotam as discussões, cada um defende suas origens, peleiam por algum ideal, mas não podemos esquecer de que andamos sempre "Compondo Rastros".

Cada um tem seu passado que cruzou, deixou "rastros", por isso temos que firmar a rédea do destino e seguir firme na estrada que escolhemos, é por aí o caminho que estamos "Compondo Rastros".


"Sou herdeiro dos caminhos,
Do rastro que me condena
Canto aqui as minhas penas
Colhidas por tantos pagos
Aroma de terra e pasto
Adoçado de sentimento
Que se mesclou aos ventos
Pra compor os meus rastros"



Carlitos da Cunha de Quadros

Santa Maria - 24/07/2010

Tempo Chuvoso


Radio Fronteira Gaúcha

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Compondo Rastros...


É próprio do gaúcho deixar seu rastro nas invernadas, na forma redonda dos cascos.
Nos dias ensolarados em meio ao aroma dos campos buenos de Dom Pedrito, ou em dias difíceis, com frias chuvas de julho, que quando venta do lado 'das casa' empurram o pingo pra longe da estância.
Mas arriscar a sorte é preciso, os caminhos estão aí por serem escritos, o Gustavo Martins e o Carlitos Quadros, ao lado de seus parceiros de oficio escreverão o seu, a seu modo.
Quem sabe os fronteiriços que ainda montam a cavalo para buscar lonjuras, tenham na memória as tuas melodias.
E essas rimas encurtem as jornadas de quem monta por necessidade ou simples gosto em honrar a origem, os privilégios que a fronteira regala, e cobrará aos poucos na constância desse canto.
E embora os dias de chuva ensinem mais, eu desejo que tu componha teus rastros a cavalo, em dias de sol.

O campo que afago em cada mirada
a luz que retrata clarão de luar,
são verso e poesia na voz quando canto
compondo meus rastros pra um dia voltar

Frederico Souza
Lavras do Sul, 7/2010

foto: Frederico Azevedo (na sua tordilha/ fim de tarde)

3 comentários:

  1. Gracias miil pelas belissimas palavras Frederico!!

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  2. Eu que agradeço o convite.
    Só pra registrar, o gaúcho do retrato andava sem o laço porque levava a boleadeira no bolso da bombacha.

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  3. Parabéns, palavras reculutadas de coração na invernada da sabedoria da tua estância do saber.
    Abração e gracias.

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